Bahia
Artigo: Ano Novo, Vida Velha
Para iniciar esse ano que desabrocha, começo com o empolgante “dizido”: Feliz é quem só faz o que quer e só quer o que pode, até porque quem nada deseja nada lhe falta.
Nunca entendi direito a razão de tantos abraços “sinceros” e comemorações na virada de cada ano, como também nunca compreendi o desejo das pessoas viajarem tanto para ver uma queima de dinheiro, corrigindo – de fogos. Volto atrás, de dinheiro mesmo e, normalmente, dinheiro público. Sei que os valores para cada ser humano são relativos ou até absolutos, em suma, absolutamente relativo, do ponto de vista absoluto. Até hoje desconfio que certas comemorações no réveillon são compensações por falta de atitudes gentis durante toda uma vida. Claro que não estou falando que não existem exceções, até porque têm aqueles que comemoram o acerto dos seis números da Mega da Virada, como também não estou dizendo que me isolo nessas datas, eu até já fiz quando solteiro, mas lembrando o que meu pai falou, em cima dos andaimes da sua sabedoria, certa vez, quando o pedi para botar o cinto de segurança, fazendo uso, como era costumeiro de algum adágio popular, ele disse: “O boi solto se lambe todo, o amarrado só lambe a venta”. Foi uma lição para ser usada em toda minha existência, mas já era tarde… Hoje até tenho algo importante para celebrar, pois minha mãe faz aniversário a cada virada de ano, então por conta da sua importância em minha vida e da idade, entendo que é justificada essa reunião familiar.
Família é uma coisa importante, mas quando retornava ao rancho vim refletindo o tempo que perdi, deixando de fazer as minhas obrigações por cá e a distância que mantive dos meus cachorros; ligo o som do carro e venho ouvindo Lupicínio Rodrigues, e uma das suas músicas me sensibilizou, justamente aquela denominada: Esses Moços, que na letra segue dizendo, pobres moços/ Ah! Se soubessem o que sei/ Não amavam, não passavam/ Aquilo que já passei… Aí no decorrer da letra diz: Saibam que deixam o céu por ser escuro/ E vão ao inferno a procura de luz. Essa letra foi escrita para seu irmão, após anunciar o casamento, dizem à boca miúda que a sua cunhada morreu sem falar com Lupe por conta dessa orientativa canção. Viajando um pouco mais, fiquei me indagando por que os bons poetas morrem tão cedo. Não poderiam dar uma de Rainha Elisabeth II, que por um certo tempo, até me fez acreditar naquela lenda britânica dos Highlanders? Voltando para o tema conjugal e por falar na Rainha, lembrei-me da eterna princesa plebeia, Diana, que disse uma certa vez, ao expressar o seu sentimento no dia do seu casório contra o príncipe Charles, “Me senti um boi caminhando para o matadouro”, para fazer uso da sinceridade, achei ela até otimista, muitos outros, nessa caminhada já se sentem esquartejados, mas independente de sua religião ou crença há quem diga que existe vida após os enlaces matrimoniais. E por falar em religião e matrimônio, ouvi certa feita que Deus criou o amor e a fé, o diabo, invejoso que é, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.
Da maneira que retrato a vida a dois deixo até margens subentendíveis, para entenderem que eu não estou feliz com o meu. Para falar a verdade, sou obrigado a ressaltar que detestava lavar panelas e as minhas cuecas quando estudava fora, como também afirmo que tem coisas boas, por exemplo: as crianças para nos preocupar e dar trabalho. Outra coisa boa é o desenvolvimento do equilíbrio a dois, como o filosofar com o rolo de papel higiênico, pois os homens sempre o põem com o pedaço solto colado à parede, com a ponta para baixo, as mulheres, de maneira contrária, o pior é que elas acham que tem razão. Logo que casamos tivemos uma pequena discussão, cheguei da roça cedo e sem perceber que ela estava passando o pano na casa, adentrei com minhas botas, ligeiramente sujas de lama, juro a vocês: pensei que ela iria testar a resistência do cabo do rodo sobre a minha cabeça, mas foi persuadida com a reluzencia poética das 20 polegadas da lâmina alemã, que constituíam o meu facão corneta, ela sempre gostou de poesia. Há alguns dias atrás tivemos outra discussão bem acalorada, mas foi por um motivo edificante. Estávamos assistindo a um documentário na Discovery, onde mostrava a curiosa vida das zebras nas savanas africanas, então ela falou: “Como são lindas as zebras, todas brancas, listradas de preto”, naturalmente eu a corrigir, “Não! Elas são pretas, listradas de branco”. No ápice da peleja só não falamos com os nossos advogados porque eles não atenderam as ligações (esses caras não ligam mais para seus clientes, nem era ainda 01:00 h da manhã). E olha que eu aceito todo tipo de opinião e, também, sou muito compreensivo, sou a compreensão encarnada na própria humanidade, desde que as opiniões alheias sejam coerentes às minhas. Após quase 20 anos de casados estava pensando que seria bom para comemorarmos essas “bodas de resistência” com duas viagens, eu ir para a roça e ela voltar a sua terra natal.
Já tenho quase 50 verões no lombo, com a ligeira sensação de que, ao invés de estações, carrego uma cangalha, cheia de mandacarus. Também garanto a vocês: sou muito feliz, apesar de me sentir na vida como um Botafogo, afirmo com a mesma convicção de um atirador de elite, aquele que acertou o tiro no refém, que só me arrependo de duas coisas na vida: Todas aquelas que desejei fazer e não fiz e todas aquelas que desejei e fiz, o restante eu não me arrependo de nada.
De que adianta todo ano brotar um ano novo e mantermos uma vida velha?!
Por Ticiano Félix
Bahia
Rio São Francisco: Confira vazão e capacidade do volume útil da barragem de Sobradinho
A Eletrobras Chesf, seguindo determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), permanece praticando vazão de saída no reservatório da Usina Hidrelétrica de Sobradinho (BA) no patamar de 800 m³/s e na Usina Hidrelétrica de Xingó no patamar de 1.000 m³/s.
O reservatório de Sobradinho encontra-se neste período com cerca de 40% de sua capacidade.
Segundo a assessoria da Chesf, a situação hidrológica é permanentemente avaliada, podendo haver alterações nos valores a depender da necessidade de atendimento ao Sistema Interligado Nacional – SIN, conforme procedimento de otimização energética envolvendo as diversas regiões do país, coordenado pelo ONS, e obedecendo à regulamentação vigente.
Fonte: REDE GN
Foto: Eletrobras Chesf
Bahia
Preconceito e discriminação atingem 70% dos negros, aponta pesquisa
Sete em cada dez pessoas negras já passaram por algum constrangimento por causa de preconceito ou discriminação racial. O dado é de pesquisa de opinião realizada pelo Instituto Locomotiva e pela plataforma QuestionPro, entre os dias 4 e 13 de novembro.
Os sentimentos de discriminação e preconceito foram vividos em diversas situações cotidianas e são admitidos inclusive por brancos. Conforme a pesquisa, a expectativa de experimentar episódios embaraçosos pode tolher a liberdade de circulação e o bem-estar de parcela majoritária dos brasileiros.
Os negros, que totalizam pretos e pardos, representam 55,5% da população brasileira – 112,7 milhões de pessoas em um universo 212,6 milhões. De acordo com o Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20,6 milhões (10,2%) se autodeclaram “pretos” e 92,1 milhões (45,3%), “pardos”.
O levantamento do Instituto Locomotiva revela que 39% das pessoas negras declararam que não correm para pegar transporte coletivo com medo de serem interpeladas. Também por causa de algum temor, 36% dos negros já deixaram de pedir informações à polícia nas ruas.
O constrangimento pode ser também frequente no comércio: 46% das pessoas negras deixaram de entrar em lojas de marca para evitar embaraços. O mesmo aconteceu com 36% que não pediram ajuda a vendedores ou atendentes, com 32% que preferiram não ir a agências bancárias e com 31% que deixaram de ir a supermercados.
Saúde mental
Tais situações podem causar desgaste emocional e psicológico: 73% dos negros entrevistados na pesquisa afirmaram que cenas vivenciadas de preconceitos e discriminação afetam a saúde mental.
Do total de pessoas entrevistadas, 68% afirmaram conhecer alguém que já sofreu constrangimento por ser negro. Entre os brancos, 36% admitem a possibilidade de terem sido preconceituosas contra negros, ainda que sem intenção.
Para o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, os dados apurados indicam “a necessidade urgente de políticas públicas e iniciativas sociais que ofereçam suporte emocional e psicológico adequado, além de medidas concretas para combater o racismo em suas diversas formas”.
Em nota, Meirelles diz que os números mostram de forma explícita que a desigualdade racial é uma realidade percebida por praticamente todos os brasileiros. “Essa constatação reforça a urgência de políticas públicas e ações efetivas para romper as barreiras estruturais que perpetuam essas desigualdades e limitam as oportunidades para milhões de pessoas negras no Brasil.”
A pesquisa feita na primeira quinzena deste mês tem representatividade nacional e colheu opiniões de 1.185 pessoas com 18 anos ou mais, que responderam diretamente a um questionário digital. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais.
Racismo é crime
De acordo com a Lei nº 7.716/1989, racismo é crime no Brasil. A lei batizada com o nome do seu autor, Lei Caó, em referência ao deputado Carlos Alberto Caó de Oliveira (PDT-BA), que morreu em 2018. A lei regulamenta trecho da Constituição Federal que tornou o racismo inafiançável e imprescritível.
A Lei nº 14.532, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023, aumenta a pena para a injúria relacionada a raça, cor, etnia ou procedência nacional. Com a norma, quem proferir ofensas que desrespeitem alguém, seu decoro, sua honra, seus bens ou sua vida poderá ser punido com reclusão de 2 a 5 anos. A pena poderá ser dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas. Antes, a pena era de 1 a 3 anos.
As vítimas de racismo devem registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil. É importante tomar nota da situação, citar testemunhas que também possam identificar o agressor. Em caso de agressão física, a vítima precisa fazer exame de corpo de delito logo após a denúncia e não deve limpar os machucados, nem trocar de roupa – essas evidências podem servir como provas da agressão.
Nesta quarta-feira (20), o Dia de Zumbi e da Consciência Negra será, pela primeira vez, feriado cívico nacional.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Tânia Rego/ Agência Brasil
Bahia
Pela 1ª vez, 20 de novembro será feriado nacional
Depois da promulgação de um decreto presidencial no final de 2023, o dia 20 de novembro será, pela primeira vez na história, um feriado nacional. É nesta quarta-feira (20) se celebra o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
A data, instituída pela Lei Nº 12.519 de 10 de novembro de 2011 e que já era feriado em alguns estado do Brasil, é uma homenagem à memória de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes da resistência negra contra a escravidão no Brasil e símbolo da luta pela liberdade. Além disso, este é um dia para refletirmos sobre a importância do combate ao racismo e promoção da igualdade racial.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
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