Na sexta (15), a Comunidade Wolmar Dias Torres (WDT), em Curaçá-BA, iniciou uma campanha, coordenada pela associação comunitária Aprisco, que busca barrar a iniciativa de instalação de um lixão dentro do território onde está o WDT. De acordo com a Presidenta da Aprisco, Socorro Silva, a Associação optou por fazer uma campanha nas redes sociais. “Quando soubemos do caso, fomos até o local escolhido pela Prefeitura para servir de lixão e constatamos que há uma obra em curso. Fizemos ofício para o Governo e estamos aguardando resposta de mais esclarecimentos. Mesmo assim, diante do impacto da notícia que entristeceu todo mundo, resolvemos, por hora, fazer uma campanha nas redes sociais, por recomendação do Conselho Fiscal, mostrando que não aceitaremos isso, pois é ilegal”, explicou Socorro.
A Lei nº 12.305/2010 estabelece que todos os rejeitos devem ter uma disposição final ambientalmente adequada, dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos no País, a qual determina a desativação dos lixões a céu aberto. O Governo de Curaçá está fazendo justamente o contrário ao criar um lixão, evidenciou o Secretário da Aprisco, Maurizio Bim. “Ainda precisamos de confirmação, mas sabemos que o lixão usado atualmente vai ser desativado, então vão ter que dar destinação ao lixo da Cidade e, caso seja este o local pretendido, não aceitaremos. Já fizemos denúncia ao Instituto de Meio Ambiente da Bahia (Inema) e vamos acionar outras autoridades e buscar parceiros. Foi uma decisão que nossa comunidade tomou”, falou o Secretário.
O Wolmar Dias Torres fica na área urbana de Curaçá, embora haja mais de 120 propriedades de características campestres, como chácaras. No seu território há dois loteamentos, e são aproximadamente 50 casas com moradores. “Quando chegamos, no início da década passada, escolhemos este local porque nos foi dito que não funcionaria um aterro sanitário que foi desativado. Então compramos nossas propriedades. Aí agora vem essa notícia que pegou todos de surpresa. Todos seremos prejudicados e também o meio ambiente”, relatou Afonso Coelho, Tesoureiro da Aprisco. A campanha já começou com o compartilhamento em massa de uma peça gráfica que marca a posição dos comunitários. Diretores e conselheiros fiscais da Aprisco revelaram, por fim, que outras ações serão executadas logo mais e que a Comunidade manter-se-á mobilizada.
Texto: Ascom/Aprisco