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Artigo: Vivermos a Páscoa que Celebramos

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Dom Reginaldo Andrietta
Bispo de Jales (SP)

A palavra “páscoa” deriva do hebraico, Pessach, que significa “passagem”. Ela se refere, originalmente, à páscoa judaica, celebrada como libertação da escravidão no Egito. A Páscoa cristã, celebrada como ressurreição de Cristo, significa libertação de todas as escravidões, inclusive da morte. A ressurreição de Cristo provou que Deus não abandona a humanidade a condições opressivas de existência. Ele gera vida onde existe morte.  

Ao celebrarmos a Páscoa de Cristo, reafirmamos que ele é vencedor do pecado e da morte, assumimos com ele a condição de ressuscitados (cf. Cl 3,1), tornando-nos com ele novas criaturas, comprometidas em preservar a vida de toda a criação, particularmente a vida humana, que neste país tem sido banalizada: 125 milhões de pessoas estão sob condições de insegurança alimentar, 33 milhões das quais estão submetidas ao flagelo da fome. 

Essa mazela gerada por uma economia que concentra riquezas e gera miséria à maioria da população, agravou-se nos últimos anos, com a redução de investimentos sociais. A mortalidade infantil cresceu. Trabalhos em condições precárias, até mesmo análogas à escravidão se proliferaram. Serviços públicos foram sucateados. Indígenas, afrodescendentes e outros grupos vulneráveis foram vitimados. A violência disseminou-se. 

Em meio a esses problemas, é possível enxergar sinais pascais? Sim, por exemplo, ações impactantes em diversas áreas da sociedade, realizadas em prol da segurança alimentar e nutricional. Muitas organizações de trabalhadores e trabalhadoras rurais estão produzindo organicamente, alimentos de qualidade, e comercializando-os de modo cooperativo. Este ano, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) foi recriado. 

Neste ano, também, a Igreja no Brasil, realiza sua Campanha da Fraternidade sobre a fome. Seu lema, “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16), traduz bem seu objetivo de sensibilizar a sociedade brasileira sobre a realidade da insegurança alimentar que afeta mais da metade da população deste país e mobilizá-la, à luz do Evangelho, para eliminar as causas desse problema, por meio de ações que responsabilizam a todos e todas. 

Nessas e em muitas outras iniciativas, vemos sinais da presença e da ação libertadora de Deus, que “faz novas todas as coisas” (cf. Ap 21,5), “levantando os pobres do pó” que se encontram (cf. Sl 113,7) e encorajando-os a assumirem coletivamente a luta por uma nova sociedade e por nossa “Casa Comum”,simbolizadas pela terra que mana leite e mel (cf. Ex 33,3) e pelo “novo céu e a nova terra”, anunciados no livro do Apocalipse (cf. Ap 21,1). 

Nossas ações libertadoras sendo assim, pascais, dão crédito à nossa fé, conforme afirma o Papa Francisco em sua Exortação Apostólica Alegria do Evangelho: “Uma fé autêntica, que nunca é cômoda nem individualista, comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores e deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela”.Compreendamos, pois, o desafio de vivermos a Páscoa que celebramos. 

 

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Poema: A Semana Santa

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A Semana Santa é um período muito sagrado.
É Cristo onipresente, é um tempo de reflexão.

Domingo de Ramos celebra a entrada triunfal.
Segunda é a limpeza da alma, não ser omisso.
Terça é reconhecer as falhas, ter compromisso.
Quarta é para refletir sobre a traição, ser leal.
Quinta é para partilhar, ter um amor imparcial.
Sexta é marcada pelo choro, dor, crucificação.
Sábado é vigília, a esperança de ressurreição.
Domingo é vida nova, vitória sobre o pecado.
A Semana Santa é um período muito sagrado.
É Cristo onipresente, é um tempo de reflexão.

Autor: Rogério Sampaio

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Projeto AMAres entre Rios leva capacitação e oportunidades internacionais para artesãs de Curaçá

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O sertão baiano está ganhando destaque internacional graças a um projeto inovador que une tradição, capacitação e empoderamento feminino. Trata-se do AMAres entre Rios, iniciativa patrocinada pela Blue Sky, em parceria com a Amares do Brasil, o Grupo Mulheres do Brasil e o Instituto Parceiros Caatinga. O projeto tem como principal objetivo capacitar artesãs do município de Curaçá, na Bahia, para a criação de produtos artesanais com alto valor agregado e voltados ao mercado internacional.

Por meio de oficinas práticas e consultorias especializadas, o AMAres entre Rios busca não apenas aprimorar técnicas artesanais, mas também orientar as participantes sobre tendências de mercado, branding, sustentabilidade e estratégias de comercialização. O projeto fortalece os grupos locais, promovendo a brasilidade através do design e da identidade cultural do sertão.

“Nosso foco é mostrar que o saber tradicional, quando bem valorizado e conectado com o mercado certo, pode transformar realidades. Estamos oferecendo ferramentas para que essas mulheres se tornem protagonistas de suas histórias, com independência econômica e reconhecimento internacional”, afirma Amanda Medrado, Diretora Criativa da Amares.

Além do impacto econômico, o projeto também tem forte viés social. A maioria das participantes são mulheres que, até então, não tinham acesso a redes de apoio ou capacitação formal. Com o AMAres entre Rios, elas encontram um espaço de aprendizado, troca e valorização de suas histórias e talentos.

A primeira fase do projeto, que acontece ao longo dos próximos meses, já mobiliza dezenas de artesãs em Curaçá. Ao final do ciclo de oficinas, os produtos desenvolvidos serão apresentados em eventos e feiras internacionais, abrindo portas para exportação e parcerias comerciais.

Com essa ação, o AMAres entre Rios reforça o papel transformador do artesanato e da arte como caminhos para inclusão, inovação e desenvolvimento sustentável, mostrando que o talento brasileiro — especialmente o feminino — tem espaço e valor em qualquer lugar do mundo.

Fonte e Foto: Ascom/ Blue Sky

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Adolescente é apreendido após ferir colega com canivete em escola de Curaçá

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Na última segunda-feira (07), durante a intensificação do policiamento, a central foi informada de que havia dado entrada no hospital local um adolescente vítima de perfuração por arma branca. Segundo as informações, o fato teria ocorrido no interior da Escola Municipal Tereza Cristina, em Curaçá.

De imediato, a guarnição deslocou-se até o hospital, onde confirmou os fatos, colheu informações e conseguiu localizar o autor do ato infracional, um adolescente que portava um canivete e confessou ter desferido o golpe durante uma discussão com a vítima, também menor de idade.

Em seguida, os policiais acionaram o Conselho Tutelar e localizaram o responsável legal pelo adolescente infrator, que acompanhou a condução do menor até a Delegacia de Polícia Civil, onde foram adotadas as medidas cabíveis.

Fonte: Ascom/45ª CIPM

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