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Cultura

Crônica: A história do fumo de arapiraca no Armazém de Martinho Badeca em Curaçá

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Houve um período da nossa história, que eram poucas ou quase inexistentes, as atividade econômicas na cidade de Curaçá. Grande parte das horas dos dias eram consumidas pelos homens em rodas de conversas sobre pessoas, política e noticias chegadas com atraso dos lugares distantes ou mesmo próximos. Era comum as rodinhas de conversa, essencialmente masculinas, em bares e armazéns e dentre esses, o Armazém de Martinho Badeca era o mais frequentado pela garantia da boa conversa para consumir as monótonas horas.

Pedrina, e a sua irmã Ciclita, moradoras da Rua de Baixo, eram conhecidas pelas línguas soltas quando xingavam pessoas, coisas ou situações e também por serem destacadas pitadeiras de cachimbo e mascadeiras de fumo de rolo.

Num meio de manhã, Pedrina entrou apressadamente no Armazém de Seu Martinho e indiferente à predominante presença masculina encostou no canto do balcão e quase gritando como era o seu jeito de ser, perguntou:

– Tem fumo bom, Seu Martinho?
Com a calma de um quase monge tibetano, como naturalmente se comportava, Seu Martinho respondeu:

– D. Pedrina, tem esse aí do seu lado. É fumo de Arapiraca e até hoje quem comprou não reclamou. Sinta o cheiro e veja se é do seu agrado.
Pedrina pegou na ponta do rolo, levou ao nariz e puxou o ar com força, para sentir o cheiro indicador da qualidade do produto. O fumo muito forte provocou um espirro e junto com o forçado espirro, ouviu-se um sonoro pum!

Fez- se um silêncio sepulcral. Para romper o incômodo clima implantado pelos olhares acusadores dos homens, Pedrina perguntou alto:
– Não tem outro mais forte não, seu Martinho?

O nosso quase monge, de olhos fechados, respondeu calmamente:
– Não D. Pedrina. Só tenho o de fazer peidar. O de fazer cagar tá encomendado, mas ainda não chegou.

– Depois eu volto, Seu Martinho.
Disse Pedrina, já chegando na porta por onde saiu apressadamente.

Por Omar Torres

Memorialista curaçaense e Administrador

Bahia

Pela 1ª vez, 20 de novembro será feriado nacional

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Depois da promulgação de um decreto presidencial no final de 2023, o dia 20 de novembro será, pela primeira vez na história, um feriado nacional. É nesta quarta-feira (20) se celebra o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A data, instituída pela Lei Nº 12.519 de 10 de novembro de 2011 e que já era feriado em alguns estado do Brasil, é uma homenagem à memória de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes da resistência negra contra a escravidão no Brasil e símbolo da luta pela liberdade. Além disso, este é um dia para refletirmos sobre a importância do combate ao racismo e promoção da igualdade racial.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

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Cultura

Confira a programação da Romaria da Gruta de Patamuté 2024

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A Paróquia Bom Jesus da Boa Morte e São Benedito, situada na cidade de Curaçá, estará celebrando, nos dias 30 e 31 de outubro e 1 de novembro, a Romaria da Gruta de Patamuté em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus.

O tema da Romaria nesse ano é “Sagrado Coração de Jeses, somos o teu povo e a Deus pertencemos.

Os ritos eucarísticos terão início no dia 30, às 19h, com a Missa de Acolhida dos Romeiros em Patamuté.

No dia 31, às 19h, acontecerá às 18h o Terço Mariano na Base do Romeiro, às 19h Missa de abertura da Romaria e às 20h procissão luminosa até o Santuário. Às 21h acontecerão apresentações culturais na Base do Romeiro.

No dia 1 de novembro logo nas primeiras horas, às 5h, haverá o Ofício da Imaculada Conceição no Santuário. Os romeiros poderão assistir as missas às 6h, 8h, e 10h no Santuário.

Para encerrar a romaria, ainda no dia 1 de novembro, às 12h será realizada despedida dos peregrinos e a benção dos objetos sagrados.

Texto: Alinne Torres

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Bahia

Premiado “Saudade fez Morada aqui Dentro” estreia nos cinemas nacionais e ganha sessão especial gratuita em Poço de Fora, Curaçá

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O longa-metragem baiano “Saudade Fez Morada Aqui Dentro”, com direção de Haroldo Borges e produção do coletivo Plano 3 Filmes, está na terceira semana em cartaz no circuito de salas nacional, após uma trajetória de premiações em festivais como o Festival de Mar del Plata (Melhor Filme e Prêmio do Público), Festival de Málaga (Melhor Montagem), Festival do Rio (Melhor Filme na Competição Novos Rumos) e Mostra de São Paulo (Prêmio Netflix e Prêmio Paradiso). Além da vasta premiação, a obra foi uma das seis candidatas brasileiras selecionadas para disputar uma vaga no Oscar 2025. Na cidade de Curaçá, o filme será exibido em sessão especial gratuita e aberta ao púbico, no dia 11 de outubro, às 18:30h, na Praça do Coração em Poço de Fora.

“Saudade fez Morada aqui Dentro” conta a história de Bruno (Bruno Jeferson), um menino de 15 anos que está perdendo a visão de forma irreversível. Com todas as incertezas da adolescência, amplificadas pela cegueira iminente, o filme converte o destino trágico de seu protagonista em um relato de aprendizagem coletivo.

A ideia de abordar a perda da visão surgiu após as eleições de 2018. Após mergulharmos no período onde a política brasileira tomou o rumo para a escuridão, o mais impressionante foi encontrar amigos e familiares que estavam torcendo pelo governo fascista. Parecia uma verdadeira epidemia de cegueira que se espalhava por todo o país. Precisávamos de uma história sobre a cegueira. E a história de Bruno parecia ser a metáfora perfeita para o que estávamos vivendo. Mas não queríamos uma cheia de desesperança, porque já estávamos todos mergulhados naquele cenário apocalíptico. “, explica o diretor e roteirista Haroldo Borges. “Queríamos contar uma história que apontasse para a luz, que mesmo dentro dessa escuridão, houvesse a possibilidade de luz”.

O filme, além de levar as paisagens do interior da Bahia para a tela, também buscou incorporar representantes da comunidade local ao elenco e à equipe. Os atores, Bruno Jeferson, Ronaldy Gomes, Angela Maria e Terena França, foram escolhidos após um processo de seleção que envolveu 1.300 jovens de escolas públicas do sertão baiano. A direção optou por não revelar o roteiro para os atores. “Toda a história foi transmitida oralmente, cena a cena”, explica Haroldo Borges. “Os atores entendem a situação e defendem seus personagens com vocabulário próprio.”

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. A Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022. O filme também conta com o apoio do Projeto Paradiso para sua distribuição em salas de cinema.

Ficha Técnica:

Direção: Haroldo Borges / Roteiro: Haroldo Borges, Paula Gomes / Diretor Assistente: Ernesto Molinero / Produção: Paula Gomes, Ernesto Molinero, Marcos Bautista / Direção de Fotografia: Haroldo Borges / Direção de Arte: Marcos Bautista / Montagem: Haroldo Borges, Juliano Castro / Som: Pedro Garcia, Victor Coroa / Elenco: Bruno Jefferson, Ângela Maria, Ronnaldy Gomes, Terena França, Wilma Macêdo, Heraldo de Deus, Vinicius Bustani.

Texto: Assessoria de Imprensa M2 Comunicação

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