Curaçá Oficial

Crônica: Histórias de um final de ano em Curaçá

Durante muitos anos, a Banda do 3° Batalhão da Polícia Militar de Juazeiro, era presença tão certa nas festas do fim do ano em Curaçá, quanto a procissão e a levantação da Bandeira de São Benedito.

De tão presente, ela já era um elemento da própria festa e os seus componentes recebidos como filhos da terra.
Músicos como Bispo, Muniz, Válter, Jequitibá, Bernardino, Valdecy e muitos outros, ainda fazem parte da memória afetiva das antigas Festas de São Benedito.

Depois da levantação da Bandeira, uma breve retreta na praça e os músicos estavam liberados para as festas e as alegrias da noite, que sempre começavam por algum bar na Rua de Fora e se estendiam pelos forrós do Salão Azul, de Chiquinho Pacotia e o Estrela do Norte, de Sindolfo Rosa, cada um na extremidade da Praça do M (hoje Praça do Viveiro).

Foi depois de muitas horas de animado forró, com o dia já botando a noite pra dormir, que Emílio e eu entramos no Bar de Mundinho de Fiel. Lá já estava Esquivaldo, músico da banda da Polícia e nosso velho conhecido. Apoiado numa pilha de sacos de farinha e com as pernas bambeando, estava claro o seu adiantado estado etílico. Emílio encostou no balcão e deu a ordem:

– Mundinho, bote 3 doses caprichadas de Caribé, pra mim, Babá e Esquivaldo.
Quando Mundinho colocou os copos sobre o balcão e começou a enche-los, Esquivaldo tentou se aprumar, levantou a cabeça e avisou:

– Eu não quero. Não aguento mais, não. Já tô com os olhos amargando e a boca que não enxergo nada.

Dito isto, se amparou novamente na pilha de sacos e não restou nenhuma dúvida do seu avançado estado embriaguez.

Por Omar Torres, popular Babá

Administrador e Memorialista curaçaense

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