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Crônica: A repercussão da ida do primeiro homem a lua em Curaçá

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No dia 20 de julho de 1969, o mundo foi sacudido pela notícia de que o homem tinha ido na lua. Desde então esse assunto dominou as conversas e gerou acirradas discussões entre os que acreditavam e os que afirmavam que era mentira.

Em Curaçá, onde a notícia só chegou pelo rádio, o assunto também ganhou atenção e os convictos da mentira eram em número muito maior.
Pois foi no auge dessas discussões que chegaram três geólogos em Curaçá. Imediatamente se internaram no interior, lá pras bandas do Patamuté. Doutor das pedras. Era assim que os catingueiros chamavam aqueles que estavam a escrafunchar o chão das caatingas, cavando e recolhendo amostras de pedra e terra, em estudo que ninguém sabia pra que.

Um deles, o Dr. Haroldo, até era bem simpático e conversador. As pessoas com quem conversava se encantavam com a sua sabedoria, mas, por trás, riam e tentavam arremedar o seu sotaque carioca.

– O homem chia mais que cascavel em beira de vereda – ja tinha dito Artur, da Fazenda Tamboril.

Pois foi exatamente com Artur, o mais incrédulo dos incrédulos sobre a ida do homem na lua, que o Doutor Haroldo puxou assunto, deitando falação sobre o que vira pela televisão da chegada do homem na lua. Atento e com ar de desaprovação, Artur ouvia o Doutor explicar como tinha sido aquela aventura. Vez em quando interrompia para dizer que aquilo não era verdade. Na maior parte do tempo, nem piscava observando os gestos e ouvindo atentamente cada palavra que saia daquela boca, num chiado que parecia um pedaço de carne fria jogada numa frigideira com óleo fervendo. Depois de horas ouvindo as empolgadas explicações do geólogo, Artur balançava a cabeça negativamente sem parar.

No intervalo de uma frase, o interrompeu:
– Doutor, num tá vendo que isso é truque dos americanos?
Eles esfregaro foia nas venta de vocês. E vocês caíram direitim, direitim.
O Doutor Haroldo se exasperou e, totalmente desanimado disse:

– Tá bem Seu Artur. Eu desisto de lhe fazer acreditar que o homem foi na lua. Agora me diga uma coisa, o senhor também não acredita que a terra é redonda e que ela gira no espaço?

Artur finalmente fez boca de riso.

– Ai é que não é verdade mesmo, doutor. Se a terra girasse como o senhor diz, vez em quando Curaçá pegava umas manguinha de chuva por aí. E cadê?

– É, seu Artur…

Foi só o que disse um pensativo Doutor Haroldo coçando a cabeça.

Por Omar Torres, popular Babá

Administrador e Memorialista curaçaense

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Rio São Francisco: Confira vazão e capacidade do volume útil da barragem de Sobradinho

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A Eletrobras Chesf, seguindo determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), permanece praticando vazão de saída no reservatório da Usina Hidrelétrica de Sobradinho (BA) no patamar de 800 m³/s e na Usina Hidrelétrica de Xingó no patamar de 1.000 m³/s.

O reservatório de Sobradinho encontra-se neste período com cerca de 40% de sua capacidade.

Segundo a assessoria da Chesf, a situação hidrológica é permanentemente avaliada, podendo haver alterações nos valores a depender da necessidade de atendimento ao Sistema Interligado Nacional – SIN, conforme procedimento de otimização energética envolvendo as diversas regiões do país, coordenado pelo ONS, e obedecendo à regulamentação vigente.

Fonte: REDE GN

Foto: Eletrobras Chesf

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Preconceito e discriminação atingem 70% dos negros, aponta pesquisa

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Sete em cada dez pessoas negras já passaram por algum constrangimento por causa de preconceito ou discriminação racial. O dado é de pesquisa de opinião realizada pelo Instituto Locomotiva e pela plataforma QuestionPro, entre os dias 4 e 13 de novembro.

Os sentimentos de discriminação e preconceito foram vividos em diversas situações cotidianas e são admitidos inclusive por brancos. Conforme a pesquisa, a expectativa de experimentar episódios embaraçosos pode tolher a liberdade de circulação e o bem-estar de parcela majoritária dos brasileiros.

Os negros, que totalizam pretos e pardos, representam 55,5% da população brasileira – 112,7 milhões de pessoas em um universo 212,6 milhões. De acordo com o Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20,6 milhões (10,2%) se autodeclaram “pretos” e 92,1 milhões (45,3%), “pardos”.

O levantamento do Instituto Locomotiva revela que 39% das pessoas negras declararam que não correm para pegar transporte coletivo com medo de serem interpeladas. Também por causa de algum temor, 36% dos negros já deixaram de pedir informações à polícia nas ruas.

O constrangimento pode ser também frequente no comércio: 46% das pessoas negras deixaram de entrar em lojas de marca para evitar embaraços. O mesmo aconteceu com 36% que não pediram ajuda a vendedores ou atendentes, com 32% que preferiram não ir a agências bancárias e com 31% que deixaram de ir a supermercados.

Saúde mental

Tais situações podem causar desgaste emocional e psicológico: 73% dos negros entrevistados na pesquisa afirmaram que cenas vivenciadas de preconceitos e discriminação afetam a saúde mental.

Do total de pessoas entrevistadas, 68% afirmaram conhecer alguém que já sofreu constrangimento por ser negro. Entre os brancos, 36% admitem a possibilidade de terem sido preconceituosas contra negros, ainda que sem intenção.

Para o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, os dados apurados indicam “a necessidade urgente de políticas públicas e iniciativas sociais que ofereçam suporte emocional e psicológico adequado, além de medidas concretas para combater o racismo em suas diversas formas”.

Em nota, Meirelles diz que os números mostram de forma explícita que a desigualdade racial é uma realidade percebida por praticamente todos os brasileiros. “Essa constatação reforça a urgência de políticas públicas e ações efetivas para romper as barreiras estruturais que perpetuam essas desigualdades e limitam as oportunidades para milhões de pessoas negras no Brasil.”

A pesquisa feita na primeira quinzena deste mês tem representatividade nacional e colheu opiniões de 1.185 pessoas com 18 anos ou mais, que responderam diretamente a um questionário digital. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais.

Racismo é crime

De acordo com a Lei nº 7.716/1989, racismo é crime no Brasil. A lei batizada com o nome do seu autor, Lei Caó, em referência ao deputado Carlos Alberto Caó de Oliveira (PDT-BA), que morreu em 2018. A lei regulamenta trecho da Constituição Federal que tornou o racismo inafiançável e imprescritível.

A Lei nº 14.532, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023, aumenta a pena para a injúria relacionada a raça, cor, etnia ou procedência nacional. Com a norma, quem proferir ofensas que desrespeitem alguém, seu decoro, sua honra, seus bens ou sua vida poderá ser punido com reclusão de 2 a 5 anos. A pena poderá ser dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas. Antes, a pena era de 1 a 3 anos.

As vítimas de racismo devem registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil. É importante tomar nota da situação, citar testemunhas que também possam identificar o agressor. Em caso de agressão física, a vítima precisa fazer exame de corpo de delito logo após a denúncia e não deve limpar os machucados, nem trocar de roupa – essas evidências podem servir como provas da agressão.

Nesta quarta-feira (20), o Dia de Zumbi e da Consciência Negra será, pela primeira vez, feriado cívico nacional.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Tânia Rego/ Agência Brasil

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Pela 1ª vez, 20 de novembro será feriado nacional

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Depois da promulgação de um decreto presidencial no final de 2023, o dia 20 de novembro será, pela primeira vez na história, um feriado nacional. É nesta quarta-feira (20) se celebra o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A data, instituída pela Lei Nº 12.519 de 10 de novembro de 2011 e que já era feriado em alguns estado do Brasil, é uma homenagem à memória de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes da resistência negra contra a escravidão no Brasil e símbolo da luta pela liberdade. Além disso, este é um dia para refletirmos sobre a importância do combate ao racismo e promoção da igualdade racial.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

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