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Moradores de Riacho Seco se reúnem para discutir sobre os impactos da mineração na região

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A Associação de Desenvolvimento Agropecuário de Volta (ADESAV) organizou, na última sexta-feira (8), na sede da entidade, um encontro para tirar dúvidas e debater, juntamente com representações sindicais, órgãos de proteção ambiental, movimentos sociais, lideranças políticas e a comunidade local, sobre os impactos da atividade minerária, que já ocorre em algumas localidades, e ainda sobre uma possível entrada da empresa EroBrasil na Volta e adjacências, onde, inclusive, já andou alguém “seduzindo” os moradores para tentar obter acesso às propriedades. Durante a reunião, os participantes discutiram estratégias para resistência e enfrentamento contra a expansão da mineração na região.

O presidente da ADESAV, Jenivaldo Oliveira dos Santos, iniciou a reunião inteirando os presentes da situação atual. “Estivemos com um rapaz da Caraíba que andou por aqui e nos perguntou se eles poderiam fazer uma pesquisa e a gente disse que não, que não aceitávamos e que iríamos procurar os órgãos competentes para nos orientar”, disse.

Havia uma incerteza com relação ao nome empresa que está sondando a região, mas Celso Apolônio, advogado, afirmou ter conversado com o jurídico da mineradora canadense, que confirmou ter estudos em andamento no local. “Eu sentei com o pessoal, olhei o contrato, olhei os preços… é a EroBrasil mesmo”, sanou a dúvida.

Elieusina Rodrigues, Dione Félix e Sivaldo Manoel, ambos conselheiros, alertaram os moradores sobre as falsas promessas, típicas desse tipo de empreendimento, sobre os danos ambientais, que são irreversíveis, e sobre o desequilíbrio ecológico que a atividade minerária provoca por onde passa, sobretudo quando não há autorizações legais ou possuem irregularidades nas licenças e nos demais documentos ambientais. “Já recebemos denúncias de várias atividades ilegais no município, inclusive daqui da região”, comunicou Elieusina, que ainda mencionou a Barra e o Pai Mané, como exemplos, onde há indícios de garimpos ilegais.

O presidente do Comdema, Luciano Lugori, reforçou a fala do Colegiado. “Na teoria tudo é bonito, o discurso é encantador, mas na prática é diferente. O que retorna pra comunidade é muito pouco, é ínfimo, são apenas migalhas. O que fica é a destruição do ambiente, por isso, a comunidade deve se manter unida e atenta a esses tentames das mineradoras”, endossou.

Sobre os mecanismos de defesa, Claudemir Costa Pereira, presidente da Associação dos Produtores Rurais de Lajedo, comentou sobre o fato de que várias localidades já são reconhecidas como comunidades tradicionais de fundo de pasto e que essa certificação poderá ajudar o povo na luta. Júlio César Lopes, técnico do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), e Pablo Montalvão, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), complementaram a informação falando de outra ferramenta: o Protocolo Autônomo de Consulta e Consentimento, um instrumento político, construído conforme orientação da Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho – OIT, que também resguarda as comunidades, que deverão ser consultadas sobre questões que possam afetar as famílias e seus modos de vida. Eles citaram o exemplo de Caboclo, em Juazeiro, que já produziu o documento, e de Esfomeado, em Curaçá, que já aprovou a sua elaboração.

As declarações de Seu Adão Tamarindo dos Santos, vice-presidente da ADESAV, que falou do “assédio” e da pressão que o pessoal faz para tentar adentrar nas terras e fazer a análise do solo, inclusive ele relatou que fez questionamentos pertinentes ao pessoal da mineração sobre pesquisas anteriores, foi um dos moradores não permitiu o acesso à sua propriedade e ainda orientou os colegas para não assinarem nenhum tipo de documento, e de Carla Patrícia Souza Oliveira, presidenta da Associação de Pequenos Agropecuaristas da Fazenda Recurso e Adjacências (ADACR), que expôs o caso de uma empresa de mineração que “enganou” o povo fazendo promessas e só deixou destruição, mostram o sentimento de revolta e preocupação das pessoas.

“Quando ele [Seu Mário Motoca] chegou aqui, prometeu uma adutora e até faculdade para nossos filhos, prometeu gerar emprego e renda, mas até agora só temos visto devastação e buracos para todos os cantos”, revelou Carla. “Muitos não têm condições de se mudar, de se manter em outro lugar, porque todos têm suas casas aqui, tem seus animais aqui, tem sua vida aqui e não é fácil todo mundo sair. Uma mineração, gente, é uma doença”, desabafou emocionada a representante da ADACR.

Anselmo Vital, ex-coordenador do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), ressaltou a importância dos depoimentos de Seu Adão e de Carla Patrícia, que representam a luta de um povo que há anos vem sobrevivendo e contou o que viu durante os anos em que trabalhou no referido órgão ambiental. “Eu visitei muitas comunidades, vi muitos conflitos, muitas agonias, muitas expulsões dos moradores das suas terras. Porque para o dono de uma mineração um umbuzeiro não é nada, mas para o catingueiro o umbuzeiro é a vida, a aroeira é a vida, o angico é a vida, a terra é a vida”, lembrou. Vital ainda avisou que Curaçá possui muitas áreas requeridas para pesquisa mineral.

O representante do poder legislativo, Januário Brandão, presidente das Comissões de Meio Ambiente, Agricultura e Reforma Agrária, destacou a vocação do povo de Riacho Seco para agricultura e pecuária, citou dos impactos da mineração em outras regiões de Curaçá e disse que situações do tipo não podem ser permissivas. “Nenhuma empresa pode chegar e se instalar desconsiderando a atividade econômica de vocês e o apego sentimental à propriedade de seus antecedentes, de seus pais, de seus avós. A gente não pode, de forma alguma, admitir que alguém venha de fora e passe por cima de tudo isso  para fazer uma exploração que só traz impactos e problemas”, defendeu.

Ao final da reunião, foi consensual a decisão de se fazer uma publicação para divulgar na mídia local a posição da comunidade a respeito da exploração minerária e de seus impactos. “Eles temem um povo organizado”, incentivou Anselmo Vital. O vereador Januário ainda sugeriu a formalização e promoção de uma audiência pública para aprofundar a discussão sobre o assunto.

Posteriormente, em contato com o Diretor de Meio Ambiente de Curaçá, Carlos Eduardo Possídio, ele informou que a mineração que Carla Patrícia mencionou é a Pedreira Petrolina Ltda, (CNPJ: 02.714.479/0001-53, com endereço em Riacho Seco), de propriedade Mário de Souza Gonzaga, que possui um contrato firmado com a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), cujos alvos de interesse são a Lagoa do Massapê, a Lagoa Pequena e o Bom Recurso. Em documento, referente à inspeção técnica realizada em 08.03.2022, a mineradora em questão apresentou uma relação de títulos autorizativos, incluindo duas Autorizações Ambientais (AAs) emitidas pela INEMA em nome da CBPM, entretanto ambas já estavam vencidas, uma em 06.02.2016 e outra em 30.06.17. A última Guia de Utilização, emitida pelo antigo Departamento Nacional de Produção Mineral/Superintendência da Bahia (DNPM), que autorizava a extração do minério de cobre, também venceu em 10.18.2018. Há um galpão construído, que aparece identificado no Mapa de Localização, cujo licenciamento ambiental também não foi apresentado.

Com relação à mineradora EroBrasil, foram tiradas fotos e coordenadas em um dos pontos onde, segundo um morador do local, foi feita a coleta superficial de material, para verificar se há requerimentos para pesquisa registrados junto à Agência Nacional de Mineração (ANM).

Texto: Luciano Lugori (MTB n°5244/BA)

Fotos: Sivaldo Manoel/Lugori

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FLIC Curaçá ofertará oficinas culturais para o público

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Durante os dias 21 a 23 de Novembro, a primeira Festa Literária de Curaçá (FLIC) estará ofertando diversas oficinas culturais para que os participantes possam mergulhar a fundo na herança cultural do Sertão da Bahia.

Serão 5 oficinas artísticas e literárias onde o público poderá experienciar, aprender e reproduzir as práticas que celebram a cultura e as raízes da nossa região.

Confira as oficinas disponíveis: – Oficina de Pintura e Desenho com Bruno Pionório (Quinta-feira, 21/11 às 14:30) – Oficina Sussurradores de Poesia com Leila Palmeira (Sexta-feira, 22/11 às 9:30) – Oficina de Capoeira Angola com Nazaré Siqueira (Sexta-feira, 22/11 às 14:30) – Oficina de Contação de Histórias com Louco em Cena (Sábado, 23/11 às 10:30) – Oficina de Percussão com Mestre PC do Samba (Sábado, 23/11 às 14:00).

As oficinas acontecerão no Centro Territorial de Educação Profissional Maria de Almeida Araújo (CETEP) e se serão abertas para todos os públicos. Não deixe de se inscrever e participar!

Por Luiz Rodrigues

 Agência Multiciência

Foto Divulgação do grupo Loucos em Cena

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Exposições prometem movimentar a 1ª Festa Literária de Curaçá

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A cidade de Curaçá está sendo palco de um grande evento cultural, a I Feira Literária de Curaçá (FLIC), que acontecerá até este sábado, 23 de novembro, no CETEP Maria de Almeida Araújo. Prometendo envolver a comunidade em uma experiência única de literatura, cultura e gastronomia, a FLIC é uma celebração do talento e da tradição local.

Entre os destaques da programação está a feira gastronômica, organizada pelos estudantes do CETEP Maria de Almeida Araújo, com uma variedade de comidas regionais que valorizam os sabores autênticos da região.

O evento também contará com exposições que prometem encantar o público:

O Acervo Curaçaense (@acervocuraçaense), com documentos, objetos e registros históricos que narram a trajetória cultural de Curaçá.

O Acervo Maria Franca Pires (@acervomfp), organizado pela UNEB de Juazeiro, que reúne fotografias, livros, jornais, cartazes e outros materiais históricos que exploram aspectos como educação, comunicação e cultura da região de Juazeiro-BA.

A exposição do artista plástico Kekê di Bela, de Juazeiro-BA, reconhecido por suas obras marcantes que misturam tons de vermelho e preto para explorar sentimentos profundos e temas de felicidade e ausência.

A empresa BlueSky, que está apoiando a 1ª Festa Literária de Curaçá (FLIC), fará uma exposição de sementes de árvores nativas; doação de mudas de árvores nativas da caatinga; oficina de plantio de mudas de árvores nativas e uma amostra de material gráfico e audiovisual da empresa.

Por Maria Eduarda Morais

Agência Multiciência

Foto Divulgação do artista plástico Kekê de Bela

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FLIC 2024 terá sessão coletiva de lançamento de livros

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Na sexta, 22 de novembro, às 17h30 horas, em meio às festividades da 1ª edição da Festa Literária de Curaçá (FLIC), haverá uma sessão coletiva de lançamento de livros no Teatro Miguel Torres (CETEP).

Entre os autores e suas obras, o público terá a chance de prestigiar os trabalhos de Mira Silva (A Árvore Mais Bonita do Mundo), Maviael Melo (Como Quem Muda de Cor), Jacilda Mendes (Essência – Antologia Estudantil), Socorro Lacerda (O Monstro da Caatinga), Adil Penalva, Sérgio Luis Souza. O poeta curaçaense Urias Feitosa também estará lançando nesta sexta o livro Coletânea de Poesias.

No sábado, 23 de novembro, às 16h30, também no Teatro Miguel Torres (CETEP) acontecerá a segunda sessão coletiva de lançamentos de livros durante a FLIC com a presença de alunos da escritora Jacilda Mendes; do jornalista da Rede Bahia Danilo Ribeiro (Zé Livrório e a Carranca Encantada), além de João Gilberto (Revista Flores do Mal), Gênesis Naum (A Vida Vertiginosa do Cavaleiro Joaquim Naum), João Trapiá (Mãos que Benzem), Ana R. Costa Essência (Antologia Estudantil) e do autor curaçaense Josemário Martins.

Texto: João Pedro Tínel

Agência Multiciência

Foto Divulgação: Urias Feitosa

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